Tereza dos Santos Oliveira é um exemplo aos mais jovens. Aos 74 anos, ela acaba de se formar no curso técnico em processamento de carne na Escola Técnica Professor Dr. Antônio Eufrásio te Toledo, de Presidente Prudente.

“Eu vim para ver minha neta que estava fazendo o antigo colegial. Depois, entre em um corredor e ela me perguntou: ‘Vó, você não tem vontade de fazer este curso?’. E os professores disseram que eu podia, que não tinha idade para aprender, que eu precisava de esforço e coragem”, relembra.

Aos poucos, ela foi conquistando a turma e se tornou a “Vó Tereza” para os outros alunos. “Sempre que a gente faltava no curso, ela brigava, puxava a orelha. Ela estava sempre junto com a gente”, conta o colega de classe Renato Antônio da Veiga.

Tanta determinação, força de vontade e alegria chamou atenção de quem nem tem idade para ser neto de dona Tereza. “A dona Tereza mostra que não há idade para estudar, querer uma profissão, para sonhar. Então, a escola técnica oferece isso. Ela veio estudar e foi um exemplo para nossa escola”, afirma o diretor, Claudemir Monteiro.

Porém, chegar ao final do curso não foi fácil. Já fazia mais de 20 anos que ela havia completado o ensino médio. Por isso, em várias matérias, entre elas a de química, Dona Tereza teve que contar com a ajuda dos colegas de turma e dos professores.

“A gente procurou sempre trazê-la para o conhecimento. E, quando ela tinha alguma dificuldade, a gente procurava fazer com que ela sentasse perto, participasse com outros alunos. E isso foi fazendo com que ela desenvolvesse toda aprendizagem”, afirma a docente Maria Luiza Servantes.

Em dois anos de curso, foram muitas dificuldades. Mas muito maior que elas era a vontade da idosa, que agora tem uma nova profissão. Com experiência de vida e conhecimento, agora ela está de malas prontas e vai se mudar para Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, onde quer colocar em prática o que aprendeu.

E os amigos garantem: a estudante dedicada vai deixar saudades. Enquanto isso, Dona Tereza só pensa no futuro, quer trabalhar bastante e aproveitar as oportunidades que a vida oferece.

“Tem que estudar. Hoje, qualquer emprego precisa de especialidade. Quem não estuda fica parada mesmo. E, graças a Deus, estou na ativa”, comemora.

Fonte: iFronteira